segunda-feira, 20 de junho de 2011

Formatura da Nina - Suzuki segundo volume


No dia 11 de junho, Nina apresentou o seu recital de formatura do livro 2. Foi um sucesso e uma vitória!

Nós tivemos um semestre bem puxado, com altos e baixos em relação ao violino, inclusive uma proposta que partiu de mim mesma para que ela parasse de tocar DEPOIS que ela fizesse o recital de formatura... Eu não tava aguentando a falta de paciência dela e as reclamações mais do que constantes. Com Gabriel de um lado e um bebê recém-nascido de outro, confesso que me senti impotente em relação ao estudo da Nina.

Mas o Universo escreve certo por linhas tortas e o tempo foi passando e Nina amadureceu muito durante este período. Irmã mais velha pela segunda vez, ela foi e tem sido mais solicitada nas tarefas domésticas e nos cuidados com os irmãos. Ela foi convidada a treinar na equipe de nado sincronizado no início do ano, mas desistiu alguns meses depois por causa dos treinos exaustivos e dos berros e esporros da treinadora. João e eu concordamos que era demais para uma garotinha que iria completar 10 anos e já tinha muitas responsabilidades.

Quando ela deixou o nado, eu fiquei um tanto desesperada, achando que ela largaria o violino também e sua única "atividade" seria o facebook. Ledo engano! Ela não somente continua adorando descer e brincar com as vizinhas de andar de patins, bicicleta e afins, como decidiu continuar a tocar. Em maio, houve o II Retiro de Violinos aqui em Brasília, ao final do qual ela estava radiante e, muito feliz, foi a primeira vez que disse que queria continuar a tocar.

A decisão de fazer o recital de formatura foi tomada em fevereiro, quando todo o livro 2 já estava lido. Como Nina faria uma viagem à França com a escola no fim do mês de março, combinamos com a Luiza que o recital ficaria para o mês de junho. Assim, começou a nossa saga em busca do refinamento em sua técnica e começamos a trabalhar fundo na qualidade da música da Nina. Para isso, usamos as gravações do Step by Step do volume 2, nas velocidades lenta e,posteriormente, média, assim como as gravações das músicas e o playback com piano.

Foi fácil? Não muito... Inclusive porque após o retiro, o professor Fredi Gerling, que acompanha a Nina há vários anos, sugeriu que ela trocasse de violino e fosse diretamente para o 4/4, visto o seu crescimento e o tamanho de suas mãos! Então, além de praticar tudo isso, Nina ainda foi trabalhando semana a semana para ganhar resistência para poder tocar em um instrumento "tão grande". E ela fez um lindo trabalho!

No período que antrecedeu o recital, ela voltou a ficar um tanto resistente, porém, nos ensaios com a pianista Hadassa (4, no total), demonstrou maturidade e disposição para tocar cada vez mais bonito! Prestava atenção aos conselhos e correções da Luiza e me surpreendeu muito, já que nem sempre eu pude estar presente, pois estamos há mais de 40 dias sem o papai aqui em casa e eu fiquei muito cansada. Dentro do carro, a caminho do concerto, ela vira e diz: "mamãe, eu fiquei muito chata com meu violino esse tempo"... e eu não disse nada.

Pois ela subiu no palco e fez um belíssimo concerto. Por sugestão da Luiza na hora, tocou o volume 2 ao contrário, começando pelo Minueto de Bocherini. Estava concentradíssima e eu nunca a vi tocar tão bem. No minueto de Bethoven, vovó Beth fez a segunda voz na flauta. Foi a primeira vez que as duas estiveram juntas no palco. Na dança das bruxas do Paganini, como combinado, fez a cadência do Vivaldi no fim, sem medo. Foi lindo de ver. Para o bis, um momento descontraído e muito especial com a vovó na flauta, vovô Paulão na percussão, eu cantando e Gabriel no chocalho e o acompanhamento que vovô Toni fez no mp3, todos felizes, tocamos o reggae "Do lado de cá" do Chimarruts, música que ela escolheu. Foi muito legal!

Ontem, após o encerramento do Música para Crianças, MPC, onde ela tocou com a orquestra de cordas, sob a batuta de Ricardo Dourado, "Eles estão Surdos", de Roberto Carlos, na mesa do lanche, de noite, ela vira e diz, mais do que feliz: "mamãe, quero continuar a tocar".... ufa!!!! que alívio e que maravilha!!!

É isso, minha gente! Altos e baixos, idas e vindas, algumas dificuldades e derrotas, mas sempre pequenas conquistas de cada vez e muitas vitórias! Esta é a minha mensagem para vocês, pais e mães que se sentem desmotivados quando seus filhos querem parar de tocar... tenham paciência e continuem o trabalho de vocês com amor. No final, tudo dá certo!

Em breve, o vídeo do concerto. Beijão!

domingo, 13 de março de 2011

A aula de violino de Ariel e Gabriel





Fotos da aula da semana do Carnaval. Ariel, Gabriel e Luiza Volpini

Gabriel está com 2 anos e 8 meses e aprendendo muitas coisas novas na vida: irmãozinho novo (Iuri, que chegou dia 6 de janeiro deste ano!), escola pela manhã, processo de desfralde terminado e aula de violino com um amigo!

As aulas estão acontecendo aqui em casa. A professora, Luiza, chega depois do almoço, dá a aula da Nina e depois vem para a sala, onde Ariel, de 4 anos, e sua mãe, minha amiga Adriana, nos aguardam para uma linda (e sucinta) aula de música.

Este é o segundo ano de Ariel com seu violino e ele é muito compenetrado e musical, um verdadeiro exemplo para o meu pequeno Gabriel! Ariel já toca o "chocolate quente" na corda mi e na corda lá; ou seja, já sabe fazer o "elevador" com o cotovelo. Agora, está aprendendo a fazer a nota fi com o primeiro dedo na corda mi. Ao mesmo tempo, Luiza faz brincadeiras com o ritmo "trenzinho rápido" e ele já está quase conseguindo reproduzi-lo no instrumento.

Gabriel fica bem atento a tudo. Teve um dia que ele estava muito cansado, com sono mesmo e não quis tocar. Foi no dia que Luiza introduziu o trenzinho rápido. Ele ficou prestando muita atenção e até participou das brincadeiras. Uma das conquistas fortes deste início de ano para ele foi o uso do "palquinho". Eles devem tocar em cima de seus tapetinhos, com a posição boa dos pés.

Ele tem gostado muito de tocar tudo o que cai em sua mão: pandeiro, bateria e claro, seu violino! Ele também adora inventar suas próprias músicas e cantá-las para nós. Este ano será um lindo ano cheio de música. E... da capo!

domingo, 7 de novembro de 2010

Gabriel e seu violino

Há uma semana, Gabriel ganhou seu primeiro violino de verdade (de madeira, com cordas, arco e estojo). Meu filho tem 2 anos e 4 meses e vem praticando chocolate quente em um violino de borracha, que fica com a professora, e um de papelão, que fica em casa, com o qual ele tem a total liberdade de fazer o que quiser, leia-se: tocar, bater, jogar no chão, pro alto...

Ele está muito empolgado e feliz de ter um instrumento como o da irmazona, que toca de verdade! A dinâmica tem sido a seguinte: às vezes ele fala "quero tocar violino" e a gente o monta; e às vezes, eu digo "quem quer tocar chocolate quente?" e a gente abre a caixa e toca. Ele segura o violino, coloca embaixo do pescoço e diz que vai tocar sozinho. Segura o arco e vai tocando as cordas. eu bato palmas e o parabenizo. Aí é a minha vez: seguro a ponta do arco e o posiciono na corda mi e faço e canto o cho-co-la-te-quen-te com ele, fazendo a corda soar ao ritmo cantado.


Fazemos algumas repetições e ele fica muito satisfeito! Nina também participa, seja tocando chocolate para ele ouvir, ou junto com ele, ou então fazendo as notas do acompanhamento do Step by step. tem sido divertido para todos aqui em casa.

Ainda não conseguimos estabelecer o uso do "palquinho", aquele tapetinho para a criança tocar em cima. Gabriel ainda reluta. Acho que tudo bem... A aula dele dura uns dois minutos e acontece no início da aula individual semanal da Nina. Estou feliz por vê-lo interessado e concentrado naqueles poucos segundos. Ontem nós assisitimos a dois concertos e ele ficou encantado e calmo durante a maior parte do tempo, curtindo mesmo a música. e olhem que não era nada fácil, música moderna e contemporânea, com dois percussionistas e um flautista!

Nas suas aulas de musicalização, ele é o menorzinho. Todas as crianças já têm 3 anos. Ele então participa do jeito dele, mais observador. Chega em casa e pede para eu cantar tal e tal música! E é aí é que eu vejo como ele absorve tudo, presta atenção e gosta. E quando ele dana a compor pela casa? Canta, dança e toca o que quer que ele encontre pela frente. simplesmente demais!

Eu acredito fortemente que todas as crianças são seres musicais por excelência. Basta que eles sejam expostos à música... A dança já está dentro deles e assim, eles podem criar, rir, se divertir e por que não aprender à vontade! Com muito prazer...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Tópicos sobre o estudo em casa

NOTAS - “Having Parents Practice”, Edmund Sprunger

Presença do pai/mãe na aula e na prática em casa: maximizar sua utilidade, minimizar sua interferência
Crianças são vulneráveis e nem sempre têm o vocabulário para expressar o que sentem¬ ações falam mais que as palavras
A criança sempre quer “acertar”, só quer ter certeza de que é amada, quer sentir-se segura
Prática deve ser PRODUTIVA e PRAZEROSA
Pai/mãe: professor de casa. Nós é que temos que nos preparar para a prática em casa
Estratégias indiretas funcionam quando diretas não
O OBJETIVO DA PRÁTICA EM CASA É TORNAR AS COISAS MAIS FÁCEIS. Assim, os aspectos físicos serão masterizados e a alma musical da criança pode aparecer.
É do adulto a responsabilidade de descobrir estratégias para que a repetição se torne suportável, para que tudo fique mais fácil
Como começar? Começando. Faça alguma coisa. Dedique algum tempo. O refinamento virá com o tempo
Durante a prática, só dizer o que precisa ser feito não ajuda. Só a repetição pode tornar as coisas mais fáceis
A criança precisa de concentração para tocar. Os pais e o ambiente podem ajudar.
O estudo da música se torna mais prazeroso quando nós nos dedicamos a criar hábitos que tornarão a prática mais fácil
Preste atenção em si mesmo e só depois dedique-se à criança
É imprescindível a nossa presença durante as aulas individuas e em grupo. Assim, você saberá o que a criança precisa e o que ela não precisa praticar. Outra vantagem: responsabilidade dividida
O processo de como tocar é mais enriquecedor do que só saber as notas
Crescer e aprender com a criança
Durante as aulas: SILÊNCIO. Durante a prática em casa: procure manter-se silencioso também. Evite interrupções ao máximo. Faça a sua proposta e veja o que acontece. Elogie o que foi realmente bom e para cada repetição proponha uma, somente uma “correção” por vez
A prática em casa já é treinamento para tocar em público
ESCUTAR O CD COM A CRIANÇA. Por quê? Ajuda a criar as habilidades necessárias para tocar a música,que está dentro da criança. Além disso, você pode ajudá-la a lidar com a frustração de que tocar um instrumento não é tão simples quanto ela gostaria
Praticando todo dia, você mostra que a música é importante (sem dizê-lo)
Boa parte do tempo em casa deve ser dedicado à REVISÃO
Durante as prática, fique e escute
Deixe que a criança descubra o que não deu certo por ela mesma
É preciso reconhecer os sentimentos das crianças e lidar com eles. Não podemos controlar suas emoções, mas podemos admitir que elas existem e só daí lidar com elas. Antes de começar ou continuar, primeiro, perceba o sentimento e lide com ele, só depois, restrinja o comportamento
Explosões agressivas não precisam, nem devem ocorrer
Pergunte, não diga o que fazer para corrigi-la. Use perguntas que permitam respostas expansivas: COMO, QUANDO, O QUE, AONDE, ao invés daquelas que não vão lhe ajudar (SIM e NÃO)
Dê opções saudáveis
Faça pedidos claros, gentis e firmes
Procure oportunidades para ser flexível
Crianças testam nossos limites o tempo todo. Você oferece o limite, mas não é uma prisão (algemas), ofereça opções, flexibilidade
Crie e abuse das oportunidades para jogar e se divertir
Dê informações concretas, pertinentes
Para a concentração da criança, não use o comando “concentre-se”. Ao invés disso, chame a atenção dela para algo bem específico (uma coisa de cada vez), como o terceiro dedo na marquinha, a posição do cotovelo... Use a linguagem dela, procure repetir o vocabulário que o professor usa em sala de aula (porquinho, estrelinha, capitão...)

O BÁSICO DA PRÁTICA EM CASA

Escolha uma hora razoável para praticar, por exemplo, não quando a criança está com fome, cansada, ou acabou de terminar um montão de dever de casa e etc.
Mantenha a prática em períodos curtos. 15 minutos por dia é mais eficiente do que 60 uma vez por semana.
Seja flexível: 10 minutos hoje, mas 20 amanhã
Termine enquanto você estiver no lucro. Por exemplo, se a criança está tendo um dia difícil e tudo está dando errado, tudo bem parar ao invés de continuar rumo ao desastre
Pratique o que você sabe e não o que você não sabe
A repetição é muito importante. Os maiores violinistas do mundo tocam as mesmas peças por mais de trinta anos!
Trabalhe uma coisa de cada vez, por exemplo: ombro pra baixo ou cotovelo pra dentro. Se muitas coisas precisam de trabalho, priorize!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O desafio da volta às aulas

É um desafio para você retomar as aulas de violino com seu filho ou filha? Pois para mim, sempre é. Nina, agora com 9 anos, experimentando mudanças drásticas de humor e (ainda bem) querendo experimentar atividades diferentes sempre, considero um desafio delicioso esse retorno às aulas.

Quando ela diz que não quer mais tocar porque quer fazer aquilo ou aquilo outro, eu digo com todo o amor do mundo que esta é a educação musical que podemos lhe oferecer e quem portanto, ela vai continuar. Antes da primeira aula individual, um certo mau humor. Mas foi só a aula começar, com sua professora, trazendo duas músicas novas, brasileiras, com leitura à primeira vista, que Nina começou a tocar. Tranquila e satisfeita.

Enquanto isso, seu iemão, Gabriel de dois anos, me dava o maior trabalho, pois havia descansado pouco naquele dia e estava se resfriando. Resultado: prestei atenção ao que pude durante a aula e no fim, elas repetiram para mim o ponto importante da retomada às aulas: a postura de Nina e o "peso" que os quatro dedinhos devem fazer no violino, para que o dedão fique mais liberado e a mão esquerda, como um todo, mais relaxada.

Mas o mais surpreendente foi o dia seguinte, quando fomos assistir a uma aula de música que minha mãe iria dar para uma turma de crianças de uma Escola Parque. As crianças eram mais ou menos da idade da Nina e ela ficou tão empolgada com a apresentação da avó com sua amiga, que quer voltar na semana seguinte, quando elas falarão sobre os instrumentos de corda. A aula foi sobre a evolução da orquestra sinfônica e elas intercalaram explicações bem-humoradas com quatro vídeos maravilhosos de orquestras diferentes, tocando coisas diferentes. Teve Vivaldi, Mozart, Beethoven e Lully (?). Foi um barato! Parabéns, vovó!

Estou neste momento me preparando para chamá-la para tocar. Primeiro vamos lanchar e acho que depois, vou propor uma revisão de músicas conhecidas, tanto do livro 1, quanto do 2, tanto canções folclóricas. Vamos ver o que vai dar certo!... Até breve e... boa sorte!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

"This is being a parent"

Quando eu conheci o João, meu marido, nós éramos professores de inglês na mesma escola. Tínhamos uma coordenadora brasileira, que havia passado a maior parte de sua vida em Nova York e estava voltando e se reestabelecendo no Brasil na época, a Juliana Braga.

Ela falava português enrolado, era praticamente da nossa idade (uns 20 e poucos), muito inteligente e tinha muitas "sacações" da vida. Foi ela quem nos ensinou duas coisas. Ela mantinha uma imagem da obra de Edvard Munch, o famoso quadro "O Grito", em cima da mesa, com os dizeres: It's only a job! (É só um emprego!). A outra era uma de suas frases favoritas, que ela soltava quando a gente conversava sobre contas, despesas, rotinas: This is being an adult! (Praticamente: ser adulto é isso aí!)

O título do post de hoje é uma adaptação deste simples, mas belo ensinamento que aprendi com esta amiga anos atrás: ser pai/mãe é isso aí. Estou lendo o livro Helping Parents Practice - Ideas for Making it Easier, de Edmund Sprunger lentamente e estou aprendendo muito. O intuito do livro, como diz claramente o título, é auxiliar os pais em como praticar em casa com seus filhos e dar sugestões para que a prática torne-se mais fácil.

Este autor é americano, violinista e dá aulas há mais de vinte anos para crianças. Além disso, ele tem formação em psicoterapia, mas não é pai! E eu acho este detalhe simplesmente magnífico! Uma pessoa que não tem filhos amar, se interessar e dedicar toda a sua vida e o seu amor às crianças.

Enfim, a questão não é essa. A questão é que o livro é muito claro, escrito de forma simples, direta e repetitiva para que nós, pais, responsáveis por nossas crias, desenvolvamos uma escuta e uma percepção mais ampla em relação a nós mesmos, mas, principalmente, em relação a nossas crianças, através do estudo da música, claro.

Ainda não terminei de ler o livro, mas posso adiantar que uma das lições mais importantes para mim é ficar calada. Com quatro anos de vivência com minha filha de prática em casa, começo a perceber a importância de, muitas vezes, ficar simplesmente calada durante a prática e/ou só ressaltar os aspectos positivos daquele momento. No fim das contas, o mais importante é simplesmente estar presente enquanto a criança toca e segurar minha ansiedade, ou minha tendência em interferir no processo dela.

A "Copa do Violino" terminou no sábado passado. A equipe de professores bolou uma aula super dinâmica e divertida para que todos os alunos, de todas as idades e níveis tocassem. Foi muito divertido. Ao final, as crianças deveriam mostrar suas cadernetas com seus gols marcados durante o semestre para receberem suas medalhas de participação. Nina ganhou medalha de ouro, suada e merecida, não só por ela, mas por mim, pois praticamos muito juntas.

Mas algumas crianças ganharam medalha de prata. O que me entristeceu não foi este fato, mas as conversas desgostosas e de imcompreensão que eu escutei de outras mães. Mal-educado da minha parte, claro. Mas eu não pude evitar escutar as mães dizerem que era um absurdo esta diferença de medalhas porque seus filhos não haviam tocado tanto. Francamante, de uma vez por todas: tomemos responsabilidade por nossas crianças! Se a criança não pratica em casa, é porque ela não foi estimulada a fazê-lo, é porque não teve o apoio, o ambiente ou sei lá o quê necessário. Vamos parar de culpar nossas crianças por nossas irresponsabilidades!

É muito fácil achar defeitos em tudo e em todos, nas escolas, nos cursos, nos professores, inclusive nas próprias crianças. Mas é muito difícil perceber e admitir que falhamos como pais em diversos momentos. E é aí que entra a minha frase do dia: this is being a parent. Ser pai e mãe é isso: é se responsabilizar 100%, é amar 1oo%. E digo mais, os pais que têm a oportunidade de praticar qualquer coisa com seus filhos, dedicando-se 100% àquela atividade com seu filho, com amor e responsabilidade, têm muita chance de aprender e dar a volta por cima. Pode ser difícil, mas não impossível. Vamos em frente!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Essas crianças maravilhosas!




Fotos de Paulo Sá, na casa da Mia. Grata, sogrão!

A aula da semana passada foi o máximo! Hoje vou dar uma de mamãe coruja mesmo e babar um pouquinho. Explico. Há duas semanas, Nina leu com a professora durante a aula a Valsa de Bhrams e Luiza explicou como deveríamos estudá-la em casa. Como a divisão ternária de valsa não é evidente, ela deveria estudar como um "motorzinho", subdividindo tudo: semínimas viraram colcheias e semínimas com ponto também. Só depois de ter incorporado bem o ternário é que ela deveria tocar a música com as figuras e ritmo certo. Deu super certo!

Ou seja, uma semana depois, na aula passada, a música já era uma valsa! Então Luiza falou em como Nina deveria "colorir" a música, passando de uma nota a outra como se estivesse mudando os tons de laranja em um desenho, por exemplo. Sabe quando você quer passar de uma cor para outra sem interrupção, sem quebra? Era assim que ela deveria tocar essa música belíssima. Vovó Beth ainda acrescentou nesta semana, explicando que essa música era também chamada de Berceuse, pois ela realmente "embala" as crianças para dormir.

Pois bem: ontem fomos visitar uma amiga queridíssima da família, Mia, e Nina tocou a valsa. Era um presente para a Vovó Fátima, que tinha feito aniversário no dia anterior. Ficou lindo! Estavam presente muitas pessoas queridas e amadas, amigos que mais parecem da família, e o povo se emocionou! Depois de tocar sua música novinha em folha, sem errar nenhuma notinha, tocando com um belíssimo som, tudo colorido, ela quis tocar Asa Branca com os músicos presentes. Acompanhada por dois violões, fez um charminho, que não se lembrava direito das notas, mas tocou de novo! Linda! Os músicos depois continuaram, tinha mais violonistas e cantores, teve até saxofone! Mas Nina estava muito satisfeita com sua música e com as palmas, agradeceu e guardou seu instrumento.

O título do post traz crianças no plural! Isto porque Gabriel fez sua primeira "aula" com violino de borracha na semana passada também. Depois da aula da Nina, Luiza colocou o violino azul em seu queixo, o arco na mão direita, segurou e fez cho-co-la-te-quen-te. Ele ficou de olhos arregalados. Depois foi Luiza, depois eu e depois Nina. E ele acompanhou cada uma de nós prestando uma super atenção!... E... fim! Sua aula havia durado uns 45 segundos, onde ele prestou atenção o tempo inteiro! Não se cansou e talvez tenha percebido que o violino é especial. Não é um brinquedo qualquer. Ele envolve as pessoas que ele ama. E para mim, foi isso que ficou!